Roma já era um dos filmes mais comentados do ano antes mesmo de ser visto pela primeira vez. A obra foi cortada do Festival de Cannes 2018 após a decisão da organização de banir os filmes da Netflix da programação. Com isso, o filme foi guardado para o Festival de Veneza, de onde saiu com o Leão de Ouro de Melhor Filme. Agora, desponta como forte concorrente ao Oscar 2019.
Dirigido, escrito, produzido, fotografado e montado por Alfonso Cuarón, o filme conta a história de Cleo (Yalitza Aparicio), uma jovem que trabalha como babá e doméstica de uma família de classe média do México.
Inspirado na infância de Cuarón, o filme é elogiado como uma metáfora do país e de sua história, de seu passado e de seu presente.
O Roma do título não remete à capital italiana, mas ao bairro de classe média da Cidade do México, onde se passa a história. Na verdade, a escolha do título e a relação com a Itália não parece ser coincidência, afinal há fortes referências ao neorealismo italiano na produção, desde a opção pela fotografia em preto e branco aos momentos de crítica social.
Um dos elementos que a crítica mais tem aclamado é a cuidadosa recriação de época, não apenas pelos cenários, vestuários e programas de televisão, mas pela forma como apresenta contextos sociais do México nos anos 1970.
Vencedor de dois Globos de Ouro, Roma fez história como o primeiro filme da Netflix a ser indicado às principais categorias do Oscar. Ao todo, foram 10 indicações, incluindo melhor filme, filme em língua estrangeira, direção e atriz.
A obra de Cuarón é a oportunidade que faltava à Netflix para consagrar sua produção audiovisual entre os críticos de cinema. O serviço de streaming já havia conquistado seu público com conteúdo original de séries, como “House of Cards” e “La Casa de Papel”.